quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Vamos Pilatear?

Muitos de nós já sabem o que significa Pilates e para os que não conhecem, é simples, basta digitar a palavra no Google e infinitas referências irão aparecer. 

O que muitos talvez não saibam é: de onde vem essa febre mundial chamada Pilates? 

A técnica Pilates teve origem na própria história de vida do Joseph Hubertus Pilates, um alemão que teve interesse muito cedo por atividades físicas devido  ter sofrido com algumas doenças como: asma, raquitismo e febre reumática. Mas, foi num campo de concentração em Lancaster-1914, que a técnica começou a dar seus primeiros passos, quando Joseph foi considerado "inimigo estrangeiro" pelas autoridades britânicas, foi exilado e aproveitou para fazer suas primeiras experiências em corpos alheios ao seu. Utilizava as molas dos colchões para trabalhar resistência muscular (daí vem à origem das molas dos aparelhos de pilates). O que se seguiu foi o aparecimento de resultados incríveis: nenhum dos internos que fizeram parte do seu treinamento se contagiou com a epidemia de influenza que matou milhares de outros colegas internos naquela época. Mais tarde Joseph foi para Nova Iorque e aprimorou a técnica que hoje chamamos de Pilates, trabalhando a reabilitação e condicionamento físico dos bailarinos do New York City Ballet de maneira inovadora e eficaz. A partir daí ele desenvolveu os primeiros aparelhos e a fundamentação dessa técnica que hoje alcançam o mundo todo.

Mas, o que Pilates tem a ver com EM? No meu caso particular, o mEU Pilates tem sido a salvação para MINHA EM! O primeiro motivo consiste no fato do Pilates ser tão mutável e surpreendente quanto a doença! É possível adaptar cada um dos exercícios para cada pessoa! Me lembro bem que ao chegar em março na neurologista e ser encaminhada para fisioterapia/Pilates, me senti estranha e relutante. Por um lado, eu não queria aceitar que necessitava de fisioterapia e, por outro, não acreditava que seria capaz de fazer Pilates, saindo de um surto brabo de EM. Afinal, um ano antes, com a doença estável, eu já havia tentado praticar por 3 meses e apesar de adorar, achava aquilo tudo difícil demais. Vale destacar que no primeiro estúdio que fiz Pilates havia uma senhora com apenas uma das pernas que se exercitava tanto quanto qualquer um dos demais alunos.

Fonte: Acervo pessoal
O segundo motivo que merece destaque é a própria origem da atividade, pois se Joseph ao ter medo de ir parar em uma cadeira de rodas pôde criar esse método maravilhoso de controle corporal, ainda no século XX, o que nós com EM não podemos fazer,com toda a tecnologia e medicina a nosso favor? Joseph morreu com mais de 80 anos, tentando salvar parte da obra de sua vida sem nunca ter usado a tão temida cadeira.

O terceiro aspecto consiste no fato do Pilates trabalhar muito mais do que o corpo. O foco está na interface entre corpo e mente. A respiração, a postura, o desafio, o controle, a paciência e até a criatividade que a atividade exige fazem com que o equilíbrio seja possível entre corpo e mente.

O quarto aspecto central é que o Pilates nunca fica obsoleto e enjoativo. Basta escolher um professor criativo que saiba lidar com as suas condições específicas e que veja nelas, muito além de obstáculos, terrenos férteis para dar asas à imaginação.

O quinto ponto e o que para mim é esplêndido, é que você pode praticar muitos dos exercícios do Pilates na sua cama! Logicamente, para iniciar qualquer atividade física, orientação profissional é necessária. Mas, aos poucos, você pode praticar diariamente em casa! Sem auxílio de aparelhos, e de graça! Podendo assim, dar continuidade a tudo que aprende no estúdio.

Fonte: Acervo pessoal

Por fim, destaco a rotina exigida pelo Pilates e por muitos outros exercícios, o que para nós com EM, é essencial! Hoje, após quase 7 meses praticando, indico a cada um de vocês leitores, especialmente, os esclerosados, que tentem "Pilatear". Destaco a importância de procurar um profissional capacitado e sério (pois exercício não é brincadeira) e um estúdio em que se sintam respeitados, estimulados e acolhidos.

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